‎"O importante é que cada um possa deslumbrar-se com a história que o outro tem para contar."
Joana Cavalcanti

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O manifesto comunista

O contexto e o objetivo são bons, mas como sabemos, a idéia é super radical.
O manifesto, vale a pena.

"A história de todas as sociedades que já existiram é a história de lutas de classes.
Homem livre e escravo, patrício e plebeu, senhor e servo, chefe de corporação e assalariado; resumindo, opressor e oprimido estiveram em constante oposição um ao outro, mantiveram sem interrupção uma luta por vezes aberta..."

"Vemos, portanto, como a burguesia moderna é, ela mesma, produto de um longo curso de desenvolvimentos, de uma série de revoluções nos modos de produção e de troca."

"...Converteu mérito pessoal em valor de troca."

"...A burguesia...foi a primeira a dar provas do que a atividade humana pode empreender."

"...A burguesia...aglomerou populações, centralizou meios de produção e concentrou a propriedade em algumas poucas mãos."

"A Revolução Francesa, por exemplo, aboliu a propriedade feudal em favor da propriedade burguesa."

"Neste sentido, a teoria dos comunistas pode ser resumida em uma sentença: abolição da propriedade privada."

"Mas o trabalho assalariado resulta em alguma propriedade para o trabalhador?"

"O que o trabalhador adquire por meio de sua atividade é, pois, o mínimo necessário para a conservação e a reprodução de sua vida humilde."

"Na sociedade burguesa, trabalho para viver não passa de um meio de aumentar o trabalho acumulado. Na sociedade comunista, trabalho acumulado não passa de um meio de ampliar, enriquecer, promover a existência do trabalhador."

"Vocês nos condenam, portanto, pela intenção de acabar com uma forma de propriedade, a condição necessária para aqueles cuja existência é a não existência de qualquer propriedade para a maioria imensa da sociedade."

"Pois há aqueles, dentre eles ,que trabalham e nada adquirem, e aqueles que adquirem qualquer coisa e não trabalham."

"Você nos incrimina de querer terminar com a exploração das crianças pelos pais? Deste crime, confessamo-nos culpados."

"O que mais prova a história de ideias do que a produção intelectual muda de caráter na proporção em que a produção material muda?"

"Sem dúvida, dir-se-á, as ideias religiosas, morais, filosóficas e jurídicas foram modificadas no curso do desenvolvimento histórico. Mas a religião, a moralidade, a filosofia, as ciências políticas e a lei sobreviveram, com firmeza, a esta mudança."

"Nada é mais fácil do que dar ao acetismo cristão um toque socialista. O cristianismo não se declarou contra a propriedade privada, contra o casamento, contra o Estado? Não pregou em seu lugar caridade e pobreza, celibato e mortificação da carne, vida monástica e a madre Igreja? O socialismo cristão não passa de água benta, com a qual o padre consagra a inveja do aristocrata."

"O trabalho dos literati alemãs consistiu somente em harmonizar as ideias francesas novas com a sua consciência filosófica antiga, ou melhor, em anexar as ideias francesas sem desertar do seu próprio ponto de vista filosófico. Essa anexação tomou lugar do mesmo modo em que uma língua estrangeira é apropriada, ou seja, por tradução."

"Uma parte da burguesia deseja compensar injustiças sociais para assegurar a continuidade da existência da sociedade burguesa. A esta parcela pertencem economistas, filantropos, humanitários, aperfeiçoadores da condição da classe trabalhadora, organizadores de caridade, membros das sociedades para prevenir a crueldade com animais, fanáticos pela temperança, reformadores secretos, pois ilegais, de todos os tipos imagináveis."

"A burguesia socialista quer todas as vantagens das condições sociais modernas sem as lutas e os perigos que necessariamente resultam disto. Deseja o estado da sociedade existente sem os seus elementos revolucionários e desintegradores, Quer uma burguesia sem proletariado. O melhor dos mundos, pensa a burguesia, é naturalmente o mundo que ela domina."

"Os comunistas lutam para alcançar objetivos imediatos, para dar força aos interesses momentâneos da classe trabalhadora."

"Em resumo, os comunistas de toda a parte apoiam todos os movimentos revolucionários contra a ordem social e política das coisas existentes."

"PROLETÁRIOS DE TODOS OS PAÍSES,
UNI-VOS!"

"Burguesia significa a classe dos capitalistas modernos, que possuem meios da produção social e empregados assalariados. Proletariado, a classe dos trabalhadores assalariados modernos que, por não ter meios de produção próprios, são reduzidos a própria força de trabalho para poder viver."

"Chefe de grupo, ou seja, um membro efetivos de um grupo, e não presidente."

Sobre os autores

Economista, filósofo e socialista alemão, Karl Marx nasceu em Trier em 5 de Maio de 1818 e morreu em Londres a 14 de Março de 1883. Estudou na universidade de Berlim, principalmente a filosofia hegeliana, e formou-se em Iena, em 1841, com a tese Sobre as diferenças da filosofia da natureza de Demócrito e de Epicuro. Em 1842 assumiu a chefia da redação do Jornal Renano em Colônia, onde seus artigos radical-democratas irritaram as autoridades. Em 1843, mudou-se para Paris, editando em 1844 o primeiro volume dos Anais Germânico-Franceses, órgão principal dos hegelianos da esquerda. Entretanto, rompeu logo com os líderes deste movimento, Bruno Bauer e Ruge.

Em 1844, conheceu em Paris Friedrich Engels, começo de uma amizade íntima durante a vida toda. Foi, no ano seguinte, expulso da França, radicando-se em Bruxelas e participando de organizações clandestinas de operários e exilados. Ao mesmo tempo em que na França estourou a revolução, em 24 de fevereiro de 1848, Marx e Engels publicaram o folheto O Manifesto Comunista, primeiro esboço da teoria revolucionária que, mais tarde, seria chamada marxista. Voltou para Paris, mas assumiu logo a chefia do Novo Jornal Renano em colônia, primeiro jornal diário francamente socialista.

Depois da derrota de todos os movimentos revolucionários na Europa e o fechamento do jornal, cujos redatores foram denunciados e processados, Marx foi para Paris e daí expulso, para Londres, onde fixou residência. Em Londres, dedicou-se a vastos estudos econômicos e históricos, sendo freqüentador assíduo da sala de leituras do British Museum. Escrevia artigos para jornais norte-americanos, sobre política exterior, mas sua situação material esteve sempre muito precária. Foi generosamente ajudado por Engels, que vivia em Manchester em boas condições financeiras.

Em 1864, Marx foi co-fundador da Associação Internacional dos Operários, depois chamada I Internacional, desempenhando dominante papel de direção. Em 1867 publicou o primeiro volume da sua obra principal, O Capital. Dentro da I Internacional encontrou Marx a oposição tenaz dos anarquistas, liderados por Bakunin, e em 1872, no Congresso de Haia, a associação foi praticamente dissolvida. Em compensação, Marx podia patrocinar a fundação, em 1875, do Partido Social-Democrático alemão, que foi, porém, logo depois, proibido. Não viveu bastante para assistir às vitórias eleitorais deste partido e de outros agrupamentos socialistas da Europa.


Friedrich Angels nasceu em Barmen, na Prússia, em novembro de 1820. Pertencia a uma família de abastados industriais, de idéias liberais e fé protestante. Freqüentou a escola secundária em sua cidade natal, mas não terminou os estudos. Por imposição do pai, teve de dedicar-se aos negócios familiares e residiu durante três anos em Bremen, onde trabalhou nos escritórios de uma empresa de exportação. Nessa cidade, entrou em contato com os jovens Alemães, grupo de escritores liberais e revolucionários, entre os quais figurava o poeta Heinrich Heine. Engels logo juntou-se aos jovens Hegelianos, entre os quais figurava o teólogo e historiador Bruno Bauer e o anarquista Max Stirner.
Foi em Bremen que Engels iniciou sua brilhante carreira de jornalista, sob o pseudônimo de Friedrich Oswald. Graças a seus artigos, ingressou posteriormente no círculo hegeliano de Berlim, onde adquiriu fama de dialético profundo e incisivo, sobretudo por seus ataques à religião. Também em Berlim, fez amizade com Moses Hess, que o iniciou no comunismo e o convenceu de que essa teoria era a conseqüência necessária da dialética hegeliana.
Protetor e principal colaborador de Kal Marx, Engels desempenhou papel de destaque na elaboração da doutrina comunista. De grande capacidade intelectual, conhecia muitas línguas e especializou-se em temas com as nacionalidades, política internacional, assuntos militares e ciências
Em 1842 transferiu-se para a Inglaterra, onde esperava que se produzisse a revolução, por ser o país mais avançado industrialmente. Ali viveu algum tempo, dedicado a seus negócios, enquanto tomava contato com os líderes radicais e estudava a situação social do país.
Mudou-se para Bruxelas e abraçou o materialismo histórico de Marx.
Em Paris, fez contato com grupos de imigrantes alemães e com socialistas Franceses e, em 1847, organizou a liga Comunista, oriunda de uma sociedade secreta chamada Liga dos Justos. Em 1848 apareceu o manifesto comunista elaborado em colaboração com Max. Residiu sucessivamente na Itália, na Suíça e por último na Inglaterra, onde dirigiu uma empresa têxtil, ao mesmo tempo em que colaborava estreitamente com Marx na estruturação e difusão do movimento comunista.
Em 1878, Engels decidiu abandonar definitivamente sua atividade comercial para dedicar-se por completo à difusão da doutrina comunista em jornais e revistas e aos contatos com dirigentes socialistas nos principais países europeus. Participou também, da criação e organização da Associação Internacional dos trabalhadores. Engels morreu em Londres, em 05 de agosto de 1895.
Principais obras do autor: A guerra dos camponeses alemães - O fim da filosofia clássica alemã - A origem da família - da propriedade privada e do estado.


O Manifesto Comunista - Col. Saraiva de Bolso
Autor: Engels, Friedrich; Marx, Karl
Fornecedor: Saraiva de Bolso (edição Digital)
Categoria: Livro Digital / Ciências Humanas e Sociais
I.S.B.N.:9788520928424
Cód. Barras: 9788520928424
Reduzido:3658547
Edição : 1 / 2011
Territorialidade : Internacional

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