‎"O importante é que cada um possa deslumbrar-se com a história que o outro tem para contar."
Joana Cavalcanti

quinta-feira, 26 de julho de 2012

A cidade do sol

A história é muito triste, mas o livro é muito, muito bom!






Mariam tem 33 anos. Sua mãe morreu quando ela tinha 15 anos e Jalil, o homem que deveria ser seu pai, a deu em casamento a 
Rasheed, um sapateiro de 45 anos. Ela sempre soube que seu destino era servir seu marido e dar-lhe muitos filhos. Mas as pessoas não controlam seus destinos. Laila tem 14 anos. é filha de um professor que sempre lhe diz: "Você pode ser tudo o que quiser." Ela vai à escola todos os dias, é considerada uma das melhores alunas do colégio e sempre soube que seu destino era muito maior do que casar e ter filhos. Mas as pessoas não controlam seus destinos. Confrontadas pela História, o que parecia impossível acontece: Mariam e Laila se encontram, absolutamente sós. E a partir desse momento, embora a História continue a decidir os destinos, outra história começa a ser contada, aquela que ensina que todos nós fazemos parte do "todo humano", somos iguais na diferença, com nossos pensamentos, sentimentos e mistérios.

Título: A Cidade do Sol 
Autor: Khaled Hosseini 
ISBN: 9788520920107 
Páginas: 368 
Edição: 1 
Tipo de capa: BROCHURA 
Editora: Nova Fronteira 
Ano: 2007 
Assunto: Literatura Estrangeira 
Idioma: Português 
Código de Barras: 9788520920107

terça-feira, 10 de julho de 2012

Ensaio sobre a lucidez

Esse era um dos livros que comecei e parei na metade. Depois de muito tempo guardado, decidi encara-lo novamente.
O livro é bom, mas a leitura é bem difícil. Apesar de ter a mesma linguagem e a mesma linha, para mim, não chega aos pés de "Ensaio sobre a cegueira".







Numa manhã de votação que parecia como todas as outras, na capital de um país imaginário, os funcionários de uma das seções eleitorais se deparam com uma situação insólita, que mais tarde, durante as apurações, se confirmaria de maneira espantosa. Aquele não seria um pleito como tantos outros, com a tradicional divisão dos votos entre os partidos "da direita", "do centro" e "da esquerda"; o que se verifica é uma opção radical pelo voto em branco. Usando o símbolo máximo da democracia - o voto -, os eleitores parecem questionar profundamente o sistema de sucessão governamental em seu país. É desse "corte de energia cívica" que fala Ensaio sobre a lucidez (2004). Não apenas no título José Saramago remete ao seu Ensaio sobre a cegueira (1995): também na trama ele retoma personagens e situações, revisitando algumas das questões éticas e políticas abordadas naquele romance. Ao narrar as providências de governo, polícia e imprensa para entender as razões da "epidemia branca" - ações estas que levam rapidamente a um devaneio autoritário -, o autor faz uma alegoria da fragilidade dos rituais democráticos, do sistema político e das instituições que nos governam. O que se propõe não é a substituição da democracia por um sistema alternativo, mas o seu permanente questionamento. É pela via da ficção que José Saramago entrevê uma saída para esse impasse - pois é a potência simbólica da literatura (território em que reflexão, humor, arte e política se entrosam) que se revela capaz de vencer a mediocridade, a ignorância e o medo.

 I.S.B.N.: 8535904808
Cód. Barras: 9788535904802
Reduzido: 148105
Altura: 21 cm.
Largura: 14 cm.
Profundidade: 1,8 cm.
Acabamento : Brochura
Edição : 1 / 2004
Idioma : Português
País de Origem : Brasil
Número de Paginas : 328

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Trabalhar com você está me matando


Li este livro em uma época difícil de trabalho e ele me ajudou muito. Por incrível que pareça, bem nessa fase difícil, ele me chamou de uma prateleira de uma livraria.
Me ajudou a perceber que o problema nem sempre está ou é somente o outro, mas também em nós mesmos.
A percepção dos motivos de uma relação desgastada, é importantíssimo para chegar a solução do problema. Lidar com máquinas é muito fácil, difícil mesmo é conviver com o ser humano, que pensa, age e tem interesses próprios, principalmente onde há o conflito de interesses e o poder.


Com base em 20 anos de pesquisas, Katherine Crowley e Kathi Elster, apresentam vários testes para identificar as armadilhas emocionais de seu trabalho e sugerem um passo a passo para você se libertar das situações que o incomodam. Com os ensinamentos que encontrará aqui, você vai mudar sua reação diante dos inevitáveis conflitos do dia a dia, aprender a defender seu espaço, descobrir as atitudes que impedem o seu sucesso e, principalmente, parar de se sentir inseguro, frustrado e ansioso toda vez que sair de casa para trabalhar.



"A outra pessoa não irá mudar: o Explosivo sempre terá um comportamento imprevísivel, o Abismo Profundo nunca se sentirá reconhecido, o Sabotador sempre estará determinado a agir de maneira insidiosa, o Destruidor de Pedestais continuará elogiando para depois destruir e o Ressentido sempre acreditará que os outros o tratam de maneira injusta."


"Não estabeleça limites se não estiver preparado para mantê-los."


"O melhor do pior: Embora seja incapaz de elogiar ou reconhecer o trabalho dos outros, o chefe impossível de agradar pode lhe proporcionar oportunidades para atuar em projetos interessantes e para crescer profissionalmente. Algumas pessoas conseguem trabalhar com esses líderes por um longo tempo. O segredo está em estabelecer limites, determinar quanto do seu tempo você está disposto a ceder e definir o escopo de atividades que deseja desempenhar. Você pode passar horas tentando atender uma solicitação e seu chefe desagradável sempre achará mais alguma pendência. É preciso estar determinado a desapontar esse tipo de gerente quando não puder corresponder a seu padrão ideal."


"Expressão emocional: Querendo ou não,  sempre que as pessoas interagem, há emoções envolvidas. E as diferenças são grandes quando se trata de expressar sentimentos ou de lidar  com as reações emocionais dos outros. Para algumas pessoas, a capacidade de demonstrar raiva, chateação ou animação é fundamental, pois elas acreditam que a repressão emocional é uma forma de opressão. Mas existe também quem considere o autocontrole uma atitude mais profissional. Nesse caso, reprimir as emoções é sinal de disciplina."


Título: Trabalhar com Você Está me Matando Subtítulo: Aprenda a Se Libertar das Armadilhas Emocionais no Trabalho 
Autor: Katherine Crowley; Kathi Elster. 
ISBN: 9788575423417 
Páginas: 256 
Edição: 1 
Tipo de capa: BROCHURA 
Editora: Sextante 
Ano: 2007 

quinta-feira, 15 de março de 2012

Antologia poética

Antologia poética foi um dos poucos livros de poesia que li e confesso que o início foi bem difícil e quase desisti. Mas quase chegando na metade fui pegando gosto e devorei o resto do livro e acho que peguei foi o gosto pela poesia.

'A Nova antologia poética' procura lançar um olhar sobre a produção de um dos poetas que influenciaram a cultura brasileira do século XX, tanto na literatura quanto na música popular. A poesia de Vinicius de Moraes (1913-1980) é dividida em duas fases. A primeira, resultante de suas convicções cristãs, costuma ser definida como transcendental, metafísica e, muitas vezes, mística. A outra representaria um 'movimento de aproximação do mundo material, com a difícil mas consistente repulsa ao idealismo dos primeiros anos', segundo o próprio poeta.

"O infinito nada poderá contra mim porque de mim quer tudo"

"O que é o meu Amor? senão o meu desejo iluminado...
...O que sou eu senão Eu Mesmo em face de mim?"

"E porque é preciso que eu não minta nunca para poder dormir."

"Deem-lhe uma espada, constrói um reino; deem-lhe uma agulha, faz um crochê
Deem-lhe um teclado, faz uma aurora, deem-lhe razão, faz uma briga...!"

"Não é maior o coração que a alma
Nem melhor a presença que a saudade
Só te amar é divino, e sentir calma..."

"Não há meio-termo possível. É preciso
Que tudo isso seja belo. É preciso que súbito"




"Filhos...Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-los? ...
Chupam gilete
Bebem xampu
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém, que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!"


Soneto de separação


Rosa de Hiroshima



Soneto de aniversário

Passem-se dias, horas, meses, anos
Amadureçam as ilusões da vida
Prossiga ela sempre dividida
Entre compensações e desenganos.

Faça-se a carne mais envilecida
Diminuam os bens, cresçam os danos
Vença o ideal de andar caminhos planos
Melhor que levar tudo de vencida.

Queira-se antes ventura que aventura
À medida que a têmpora embranquece
E fica tenra a fibra que era dura.

E eu te direi: amiga minha, esquece...
Que grande é este amor meu de criatura
Que vê envelhecer e não envelhece.

(Rio, 1942)


ISBN: 8535914080
ISBN-13: 9788535914085
Idioma: português
Encadernação: Brochura
Dimensão: 12,5 x 18 cm
Edição: 1ª
Ano de Lançamento: 2009
Número de páginas: 328

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Vidas de Rua

Terminei este livro hoje e posso dizer que todos aqueles que dizem que os moradores de rua vivem nas ruas porque querem, deveriam ler.
O livro é fruto de pesquisas para a dissertação de Cleisa Moreno Mafei Rosa, onde a autora indica que as difíceis situações econômicas das décadas anteriores deixaram fortes sequelas agravando os índices de trabalho e crescimento da população de rua. Além de dados estatísticos e análises sociais e psicológicas, o livro traz uma série de depoimentos de moradores de rua em diversos momentos, o que deixa o livro ainda mais interessante.
Vidas de Rua é um bom livro para quem quer entender melhor os fatores e as situações que levam um ser humano com vida socialmente denominada normal a viver nas ruas.

"A presença de adultos vivendo cotidianamente nas ruas é uma realidade universal, especialmente nas grandes metrópoles, com processos de urbanização mais ou menos planejados, mais antigos ou mais recentes. Tal fenômeno tem questionado profissionais, pesquisadores, organizações não-governamentais e, especialmente as políticas públicas, pois encaram a crueldade da precarização das condições de vida, em graus de destituição alarmantes de parcelas cada vez maiores da população."

"Identificou, também, situações diferentes de permanência na rua: ficar na rua (circunstancialmente), estar na rua (recentemente) e ser da rua (permanentemente) o que revela diferentes inserções das próprias pessoas nas ruas, bem como exige dos poderes públicos respostas diversificadas expressas em programas e políticas sociais."

"Diz-se violento o rio que tudo arrasta, mas não se dizem violentas as margens que o oprimem. Bertolt Brecht"


"O termo sofredor é substituído por novas terminologias com preocupações sociais e econômicas como povo da rua, morador de rua e outros. Povo quis reforçar a consciência de grupo, morador quis expressar a negação de um direito.


"O sofredor de rua trabalha quase sempre infinitamente mais que grande parte dos parlamentares e representantes do povo [...] é trabalho mesmo. Vou mais longe: é trabalho produtivo."

"Toda sociedade estratificada cria uma massa variável, com frequência muito numerosa de indivíduos excluídos da ordem."

"Estudar, portanto, depende de orientação, motivação e, mais exatamente, de condições objetivas básicas de sobrevivência que, diante dos impasses, vão se distanciando como possibilidades reais."

"...não cresci, só fiz aniversário..."

"Após sete meses de massacre alguns culpados já foram identificados - policiais e seguranças privadas, porém sem provas condudentes, por corporativismo ou incompetência da polícia, não foram denunciado por estes crimes. Era sabido que estavam presos por outros motivos, pois tinham crimes anteriormente cometidos; entretanto, foram recentemente liberados a pedido do Ministério Público. Associação Rede Rua, março de 2005."





Formato: Livro
Autor: ROSA, CLEISA MORENO MAFFEI
Idioma: PORTUGUES
Editora: HUCITEC EDITORA
Assunto: CIÊNCIAS SOCIAIS - SOCIOLOGIA
Edição: 1ª
Ano: 2005

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Poucas Palavras

Este foi meu primeiro livro de literatura de rua e simplesmente foi apaixonante! Devorei "Poucas Palavras" em um dia. A viagem infinita de metrô e trem que faço todos os dias para ir para o trabalho virou 5 minutos que passaram e eu nem vi!
Obrigada literatura marginal! São muitas palavras! Valeu Renan!

Lá vão alguns para dar um gostinho. Corre lá na Suburbano Convicto que tem!



"Grandes pensamentos também se escondem em...#PoucasPalavras."



"Queria cantar como Tim, tocar como Tom,
Jogar que nem o Pelé, escrever igual o Drummond

Mas, eu sem rap ia ser um Bezerra sem a malandragem
Timão sem Fiel, Zumbi sem coragem

Um crente sem bíbliam o Sabotage sem o Canão
Um bar sem bebida, Brasília sem ladrão."


"UTI

Eu vi a paz respirando só por aparelho
A esperança agonizando ligando um dreno

Deixaram o amor morrer no corredor, não tinha leito
Preferiram socorrer os bancos pra salvar dinheiro."

"Pra cada cem prédios construídos
Uma árvore plantada

De cem pessoas no presídio
Uma sai recuperada."

"A mãe trabalha, a rua educa
A escola falha, o crime educa."


Respeito é pra quem tem*
Maestro do Canão, filho de Oxóssi
Morreu, ficou eterno aos vinte e nove
Deixou uma viúva e dois pivetes
Lembranças, saudades e muitos raps
Pixinguinha do Brooklin, ladrão rap resgatado
Preferiu trocar o 12 pela responsa dos palcos
Fez coisas surpreendentes e eu destaco duas delas
Misturou samba com rap e alegria com favela
Invasor da sul pro mundo, humilde até debaixo d’água
Atiraram no seu corpo mas nem relaram na alma
Apagaram nossa estrela como se fosse um incenso
Vida louca, cabulosa, o que vou fazer? Lamento (ao som de Tim Maia)
Tá dentro do coração com amor e com carinho
Guardado num Bom Lugar, que Deus o tenha, Maurinho
“Um cara simples gostava mais de ouvir e aprender
até que...
*para Sabotage


Renan Inquerito, 27 anos, já foi sorveteiro, empacotador e mecânico. Hoje é poeta, MC, compositor e geógrafo. Em 1999, criou o grupo Inquérito e desde então sua história une-se com a do grupo que hoje tem três discos, Mais Loco que u Barato (2005), Um Segundo á Pouco (2008) e Mudança (2010).
Renan foi criador do jornal Ideia Quente (2001 - 2003) voltado ao Hip-Hop e a literatura marginal e participou da obra Suburbano Convicto - Pelas Periferias do Brasil - Vol. I (2007).
Realiza oficinas de literatura e unidades das Fundação CASA no interior de São Paulo.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Antologia de folhetos de Cordel - Amor, História e Luta


"Amor, História e Luta" é demais! O livro é viciante, de não conseguir parar de ler. Mesmo!

"Colega você me diga
Por quais terras tem andado
Quantos livros já tem lido
Que tempo tem estudado
Quantos anos tem de idade
Que cantores tem tirado?

Ao que o outro respondeu:

Tenho trinta e cinco anos
Sou muito pouco corrido,
Quase nada estudei
Poucos livros tenho lido
Vinte e cinco cantadores
De fama tenho vivido."


"Esta mesa tão repleta
de tanta comida boa
não foi posta para mim
um ente vulgar, à toa
desde a sobremesa à sopa
foi posta para minha roupa,
e não pra minha pessoa.

Os comensais se olharam
o rei perguntou espantado:
por que o senhor diz isto
estando tão bem tratado?
disse João: isso se explica
por estar na roupa rica
não sou mais esmolambado.

Eu estando esfarrapado
ia comer na cozinha
mas como troquei de roupa
como junto da rainha
vejo nisto um grande ultraje
homenageiam meu traje
e não a pessoa minha."


Editora: Salamandra
Autor: MARCIA ABREU
ISBN: 851604761X
Origem: Nacional
Ano: 2005
Edição: 1
Número de páginas: 132
Acabamento: Brochura
Formato: Médio
Complemento: Nenhuma

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Cabeça de Porco

Gente, comprei esse livro há mais ou menos cinco anos e exatamente há este tempo ele estava parado aqui em casa. Eu tinha começado a ler e como não tinha achado interessante, parei antes da metade.
É incrível como cada livro tem sua hora certa para ser lido. Semana passada encontrei ele na parte dos "encostados" e simplesmente devorei em uma semana.
O livro é animal e contribuiu mais uma gotinha para minha formação de conceito e opinião.
Para quem gosta de saber como funciona o Brasil que não conhecemos e ignoramos, "Cabeça de Porco" é um bom livro, com boa linguagem e bagagem. Enjoy it!

"O inferno está perto de nós, é verdade. Mas há saída, sim. Basta olhar de perto e sentir o sopro de humanidade que vibra sob a máscara dos monstros."

"Mas uma coisa era certa: aquilo que eu achava que era uma desgraça, de certa maneira fazia parte da economia daquele lugar; o dinheiro que entrava ali naquele bairro produzia uma grande quantidade de violência, exatamente porque produzia a riqueza e o ganha-pão de todos eles. Tudo muito confuso, tudo muito doido."

"Alias, o que os jovens das comunidades mais querem é ser iguais aos que vivem fora dela, e os fora-da-lei acabam tentando ser o espelho dos que moram fora do morro."

"A maioria - ele disse maioria levantando a voz como quem tencionasse deixar claro que não estava falando de todos - a maioria tem necessidade imediata de comer, não de estudar."



"...que é preciso vontade de trabalhar, de lutar, de viver, e isso é algo que também precisa ser ensinado,"

"O que estou dizendo é que esta palavra, realidade, deveria vir sempre cercada de aspas, porque ela, a realidade, é sempre aquilo que dela nos permitimos saber, segundo nossas crenças ou conceitos, nossas práticas e relações sociais. Neste sentido, ela é sempre historicamente condicionada, além de ser, em boa medida, feita por nós - registre-se com especial atenção que nossas crenças sobre ela constituem parte do trabalho coletivo e intersubjetivo que a produz."


"É difícil mudar. Muito difícil. Doloroso e angustiante. Primeiro, porque a ousadia de mudar-se a si mesmo envolve cortejar a morte. Na mudança, uma parte de nós perece; um modo de sermos nós mesmos entra em colapso"

"O acordo com policiais corruptos é como o amor para Vinicius de Moraes: eterno enquanto dura."

"Quem é o verdadeiro bandido dessa história? Qual é o ato criminoso mais vil? Vender produtos proibidos ou montar a farsa hipócrita que encobre os crimes do Estado e estigmatiza toda uma população? Vender drogas e armas sem farda ou com farda?"

"O crime, no Brasil, é a derrota de todos nós - um fracasso compartilhado."

"Podiamos permitir que o Brasil soubesse que, por trás de uma arma, tem um coração batendo; que é preciso uma grande intervenção política no país para que não estejamos fadados à escravidão de seres humanos; e que essa intervenção não seja policial, mas em todas as áreas."


"...o foco de nossas preocupações não deveria ser o comportamento desviante individual, mas a educação dos jovens em uma cultura refratária à violência."

"A lei é da selva, a selva chamada Brasil..."


ISBN: 8573026685
ISBN-13: 9788573026689
Idioma: português
Encadernação: Brochura
Edição: 1ª
Ano de Lançamento: 2005
Número de páginas: 286

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Paula

Li este livro há algum tempo e ontem mexendo nas minhas coisas, o encontrei.
É um livro lindo que tem uma história que vale muito a pena conhecer.


Aclamada autora latino-americana, Isabel Allende sensibilizou milhares de leitores em todo o mundo ao publicar "Paula", o mais comovente, pessoal e revelador de seus livros. Em dezembro de 1991, sua filha Paula é internada em um hospital da Espanha, gravemente enferma. A escritora acompanha o sofrimento da filha que se prolonga durante meses, em um coma irreversível, e escreve a história de sua família para a jovem inconsciente, na esperança de que algum dia ela desperte. Encantados, temos acesso às memórias de infância de Isabel Allende, os relatos sobre seus ancentrais, sobre a sua juventude e seus segredos mais íntimos. O Chile e a turbulenta história do golpe militar de 1973, a ditadura e o exílio de sua família são pontos altos dessa autobiografia inesquecível. Paula é uma evocação e um hino à vida, escrito com força e coragem de uma mulher que soube dar a volta por cima.



I.S.B.N.: 9788577990443

Cód. Barras: 9788577990443
Reduzido: 1995973
Altura: 18 cm.
Largura: 12 cm.
Idioma : Português
País de Origem : Brasil
Número de Paginas : 434























Isabel Allende Llona (Lima, 2 de Agosto de 1942) é uma jornalista e escritora chilena. Apesar de ter nascido em Lima, sua família logo voltou para o Chile, sua terra natal. Atualmente está radicada nos Estados Unidos da América.
É filha de Tomás Allende, funcionário diplomático e primo irmão de Salvador Allende, e de Francisca Llona.
Isabel é considerada uma das principais revelações da literatura latino-americana da década de 1980. Sua obra é marcada pela ditadura no Chile, implantada com o golpe militar que em 1973 derrubou o governo do primo de seu pai, o presidente Salvador Allende (1908-1973).
Escreveu A casa dos espíritos (1982) e ganhou reconhecimento de público e crítica. A obra foi filmada em 1993 por Bille August, com Jeremy Irons e Meryl Streep. Em 1995 lançou o livro Paula, que a autora escreveu para a sua filha que estava em coma devido a um ataque de porfiria. Como a autora não sabia se a sua memória voltaria após a saída do coma, Isabel Allende resolveu contar a sua história para auxiliar a filha a lembrar dos fatos. Paula passou a ser então um retrato auto-biográfico. Sua filha não voltou do coma e morreu um tempo depois.


domingo, 29 de janeiro de 2012

O Cortiço

O Cortiço é um romance de autoria do escritor brasileiro Aluísio Azevedo publicado em 1890.
É um marco do naturalismo no Brasil, onde os personagens principais são os moradores de um cortiço no Rio de Janeiro, precursor das favelas, onde moram os excluídos, os humildes, todos aqueles que não se misturavam com a burguesia, e todos eles possuindo os seus problemas e vícios, decorrentes do meio em que vivem.
O autor descreve a sociedade brasileira da época, formada pelos portugueses, os burgueses, os negros e os mulatos, pessoas querendo mais e mais dinheiro e poder, pensando em si só, ao mesmo tempo em que presenciam a miséria, ou mesmo a simplicidade de outros.
Essa obra de Aluísio Azevedo tem dois elementos importantes: primeiro, o extensivo uso de zoomorfismo;
Embalado pela onda científica, Aluísio escreve 'O Cortiço' sob as bases do determinismo (o meio, o lugar, e o momento influenciam o ser humano) e do darwinismo, com a teoria do evolucionismo. Sob aspectos naturalistas, isto é, sob olhar científico, a narração se desenvolve em meio a insalubridade do cortiço, propício à promiscuidade, característica do naturalismo. Ao contrário do que se desenvolvia no romantismo, Aluísio descreve o coletivo, explicitando a animalização[necessário esclarecer] do ser humano, movido pelo instinto e o desejo sexual, onde inaugura uma classe nunca antes representada: o proletário, evidenciando a desigualdade social vivenciada pelo Brasil, juntamente com a ambição do capitalismo selvagem.
Foi a primeira obra brasileira a expor um relacionamento lésbico.

O romance não se concentra em um personagem apenas, mas no início, a ação está mais ou menos centrada no português João Romão, ganancioso e avarento comerciante que consegue enganar uma escrava trabalhadeira chamada Bertoleza (Aluísio várias vezes menciona o conceito racista de que Bertoleza era submissiva e trabalhadeira por ser negra), conseguindo assim, uma empregada que trabalhava de graça. João Romão privava-se de todo o luxo, e só gastava dinheiro em coisas que faziam-no ganhar mais dinheiro. Foi assim que ele começou a comprar terreno e construiu o Cortiço.
Miranda, vizinho rico de Romão, e também português, que vivia no luxo, começa a questionar o modo que conseguiu a riqueza, (com o dote de Estela, com quem se casa, mas eles se odeiam) e a invejar João Romão, enriquecendo por conta própria. João Romão, que continua enriquecendo, constrói uma pedreira, e contrata o português Jerônimo para supervisionar os trabalhadores.
O que se segue é a transformação de Jerônimo, de um português forte, trabalhador e honesto em um brasileiro malandro e preguiçoso, (Seguindo os preceitos naturalistas de que o meio determina o homem) graças à sua atração por Rita Baiana, uma mulata que morava no cortiço. Jerônimo briga com Firmo, namorado de Rita Baiana, é esfaqueado e vai para o hospital. Após sair de lá, embosca Firmo com a ajuda de dois amigos e o mata a pauladas, jogando seu cadáver no mar.
Enquanto isso, João Romão começa a invejar Miranda, que acaba de conseguir um título de nobreza(barão). E, quando o cortiço é destruído por um incêndio, ele o reconstrói, mas desta vez, para a classe média, ao invés da ralé que morava lá antes. Depois, ele começa a comprar coisas caras e se interessa em se casar com a filha de Miranda, para se tornar nobre também. Mas há um problema: Bertoleza.
João Romão arma um plano para se livrar de Bertoleza. Ele avisa ao dono dela (Pois ele havia forjado uma carta falsa de alforria) de seu paradeiro, esperando que ele a pegasse de volta. Mas, quando o dono dela vem buscá-la, ela se mata, enfaquiando-se com a faca em seu ventre.
Logo após, João recebe um diploma de sócio benemérito de uma comissão de abolicionistas.

O livro além de transformar o homem em um animal (em um processo conhecido por zoomorfismo), personifica o cortiço, que vai nascer (tendo, simbolicamente, como pai João Romão), crescer, espalhar-se (reproduzir-se) e morrer. Os personagens vão ser tratados como uma conseqüência do protagonista, não são causa, são efeito do cortiço, que vai determinar seu comportamento.
Todo personagem que conviver com pessoas consideradas de baixo nível, irão desvirtuar-se, como Pombinha, por exemplo. Era loura, íntegra, moça de boa família. Foi rica até ser órfã de pai, que se suicidou ao falir, deixando-a pobre com sua mãe. Foi descrita como a flor do cortiço. Mas Pombinha convive em um lugar com pessoas humildes, que irão desvirtuá-la. Pombinha conhece Léonie, uma prostituta que irá se relacionar a ela, surgindo o lesbianismo.
Jerônimo era um rapaz trabalhador, honesto, vivia para a mulher, que também vivia para ele, ambos tinham se mudado de Portugal em busca de melhores condições no Brasil. Amavam-se profundamente. Jerônimo vai trabalhar numa pedreira e se hospeda com sua mulher, Piedade, no cortiço, lá conhece Rita Baiana.
Todo personagem que conviver com pessoas consideradas de baixo nível, irão desvirtuar-se, como Pombinha, por exemplo. Era loura, íntegra, moça de boa família. Foi rica até ser órfã de pai, que se suicidou ao falir, deixando-a pobre com sua mãe. Foi descrita como a flor do cortiço. Mas Pombinha convive em um lugar com pessoas humildes, que irão desvirtuá-la. Pombinha conhece Léonie, uma prostituta que irá se relacionar a ela, surgindo o lesbianismo.

Cortiço na rua Visconde do Rio Branco, Rio de Janeiro, cerca de 1906

sábado, 21 de janeiro de 2012

Sonho de uma noite de verão

Numa noite de verão, num bosque, quatro jovens enamorados encontram-se e desencontram-se: Lisandro ama Hérmia que ama Lisandro e é amada por Demétrio, que é amado por Helena; depois, Demétrio ama Helena, que ama Demétrio e é amada por Lisandro, que é amado por Hérmia. Na manhã seguinte, tudo se resolve, e há um casamento triplo, pois casam-se também o Duque de Atenas e a Rainha das amazonas. Na festa, no palácio do Duque, apresenta-se uma peça de teatro amador, escrita e encenada por trabalhadores locais. É hilariante de tão ruim a "comédia trágica", que teve ensaio naquela noite de verão, naquele bosque, habitado por fadas e duendes que têm seu Rei e sua Rainha, que disputam a guarda de um menino indiano, e por isso esta Rainha apaixona-se, naquela noite de verão, por um mortal com cabeça de burro.

Ação e movimentação, paixões e casamentos, brigas e reconciliações, equívocos e finais felizes. É um Shakespeare muito divertido e nada trágico, um "sonho" originalmente escrito para uma festa de casamento na vida real.


A Midsummer Night's Dream (Sonho de uma Noite de Verão, em português) é uma peça teatral da autoria de William Shakespeare, uma comédia escrita em meados da década de 1590.

Não se sabe ao certo quando é que a peça foi escrita e apresentada ao público pela primeira vez, mas crê-se que terá sido entre 1594 e 1596. Alguns autores defendem que a peça possa ter sido escrita para o casamento de Sir Thomas Berkeley e Elizabeth Carey, em Fevereiro de 1596.
Não existe uma fonte direta que tenha servido de inspiração para a peça, ainda que se possam encontrar elementos relacionados com a mitologia greco-romana e respectiva literatura clássica. Por exemplo, a história de Píramo e Tisbe é contada por Ovídio, nas suas Metamorfoses, assim como a transformação de Bottom em burro se pode relacionar com O asno de ouro de Apuleio. Pensa-se que Shakespeare tenha escrito o "Sonho de uma noite de verão" sensivelmente ao mesmo tempo que o Romeu e Julieta e, de facto, existem muitos pontos de contacto entre as histórias: Egeu quer casar Hérmia à força com Demétrio, assim como Píramo e Tisbe acabam mortos por questões de amor, ainda que numa perspectiva cômica. Algumas escolas que ensinam teatro usam um trecho dessa pec
a para apresentacões.

PERSONAGENS

TESEU, Duque de Atenas.

EGEU, pai de Hérmia.
LISANDRO, apaixonado de Hérmia.
DEMÉTRIO, apaixonado de Hérmia.
FILÓSTRATO, diretor de festas na corte de Teseu.
QUINCE, carpinteiro.
SNUG, marceneiro.
BOTTOM, tecelão.
FLAUTA, remenda-foles.
SNOUT, caldeireiro.
STARVELING, alfaiate.
HIPÓLITA, rainha das amazonas, noiva de Teseu.
HÉRMIA, filha de Egeu, apaixonada de Lisandro.
HELENA, apaixonada de Demétrio.
OBERON, rei dos elfos.
TITÂNIA, rainha dos elfos.
PUCK, ou o Bom Robim.
FLOR-DE-ERVILHA, elfo.
TEIA-DE-ARANHA, elfo.
TRAÇA, elfo.
SEMENTE-DE-MOSTARDA, elfo.
Outros elfos do séqüito de Oberon e Titânia.
Séqüito de Teseu e Hipólita.


ATO I
Cena I

Atenas. O palácio de Teseu. Entram Teseu, Hipólita, Filóstrato e pessoas do
séqüito.

TESEU - Depressa, bela Hipólita, aproxima-se a hora de nossas núpcias. Quatro dias felizes nos trarão uma outra lua. Mas, para mim, como esta lua velha se extingue lentamente! Ela retarda meus anelos, tal como o faz madrasta ou viúva que retém os bens do herdeiro.

HIPÓLITA - Mergulharão depressa quatro dias na negra noite; quatro noites,
presto, farão escoar o tempo como em sonhos. E então a lua que, como arco
argênteo. no céu ora se encurva, verá a noite solene do esposório.

TESEU - Vai, Filóstrato, concita os atenienses para a festa, desperta o alegre e buliçoso espírito da alegria, despacha para os ritos fúnebres a tristeza, que
essa pálida hóspede não vai bem em nossas pompas.

(Sai Filóstrato.)

De espada em mão te fiz a corte, Hipólita; o coração te conquistei à custa de
violência; mas quero desposar-te com música de tom mais auspicioso, com pompas, com triunfos, com festejos.

(Entram Egeu, Hérmia, Lisandro e Demétrio.)

EGEU - Salve, Teseu, nosso famoso duque!


Editora: L&PM
Autor: WILLIAM SHAKESPEARE
ISBN: 9788525410917
Origem: Nacional
Ano: 2008
Edição: 1
Número de páginas: 128
Acabamento: Brochura
Formato: Bolso